Honda Civic e CR-V: mesmo motor, duas reações

O famoso motor i-VTEC da Honda é usado no Brasil na versão FlexOne, para equipar tanto o Civic quanto o Utilitário CR-V, e o resultado é diferente

Texto e fotos: Carolina Vilanova

Muita tecnologia envolvida…. assim podemos definir o já reconhecido motor da Honda i-VTEC, que entre outros modelos equipa o sedã Civic e o utilitário CR-V. Dois carros de diferentes categorias, um mais esportivo e outro voltado para família e na prática, o engenho cabe bem em ambos os modelos.

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Se a tecnologia i-VTEC é um marco dos motores da Honda no mundo inteiro, aqui no Brasil ela ganha incrementos. Estamos falando do FlexOne, o sistema bicombustível que dispensa o uso do tanquinho de gasolina para partida a frio, e equipa todos os modelos da marca no Brasil, com exceção dos importados desde 2013.

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De volta à história do VTEC, essa tecnologia foi desenvolvida para que o torque em rotações mais baixas do motor fosse otimizado. VTEC é um termo que foi registrado pela Honda e que significa Variable valve Timing and Eletronic lift Control (inglês para controle eletrônico da variação dos tempos e levantamento das válvulas). Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cAzCoIrcoWM

Na prática, acontece da seguinte maneira: após atingir determinado giro, uma das válvulas de admissão aumenta a abertura. À medida que o motor entra em diferentes faixas de rotação, o computador pode ativar ressaltos alternados na árvore de comando e alterar os tempos de distribuição. Dessa maneira, o motor tem as melhores características de comandos de baixa e de alta rotação no mesmo motor.

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O sedã que virou queridinho no Brasil

O Honda Civic nacional é maior de idade. A primeira unidade a sair da fábrica de Sumaré em outubro de 1997 foi um marco para o mercado nacional, com a quinta montadora a se instalar no país. Logo se tornou um sucesso de vendas.

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A sua mecânica já era considerada moderna para a época, afinal, o modelo na trazia o avançado sistema de controle de abertura e válvulas VTEC, mas a cada ano a Honda introduzia mais uma novidade no modelo, que sempre foi conhecido como o carro que não quebra.

Honda Civic 2006
Honda Civic 2006

Como no ano de 2006, quando chegava em sua a 8ª geração agora com o motor Flex. Em 2013 veio mais uma grande novidade em relação ao motor e ao gerenciamento eletrônico dos combustíveis: o FlexOne, que nada mais é do que a ausência do tanquinho de gasolina para partida a frio.

honda-civic-2No motor 2.0, o sistema FlexOne atua no aquecimento da linha de combustível, também conhecida como flauta, através de aquecedores. Ao destravar as portas pelo controle na chave, caso a ECU entenda a necessidade, imediatamente os aquecedores irão atuar, reduzindo o tempo de espera para a partida a frio.

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O Civic que testamos, na versão LXR, utiliza essas tecnologias no seu motor i-VTEC 2.0 SOHC, que desenvolve 155 cv de potência a 6.300 rpm quando abastecido com etanol e 150 cv com gasolina, na mesma rotação. Apesar e desenvolver bem, em termos de economia está na média entre os sedãs. Apegada é mais esportiva, com certeza, com agilidade e velocidade final.

Honda Civic e CR-V: mesmo motor, duas reações
Honda Civic e CR-V: mesmo motor, duas reações

O carro é equipado com transmissão automática de cinco velocidades, mas que oferece uma condução mais esportiva quando a troca de marchas é feita no modo manual, através dos paddles shift (aletas atrás do volante).

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A função ECON é legal, pois permite uma condução mais econômica, não que faça diferença no final do dia, mas é uma opção para o motorista. A Honda explica que ao ativar o botão, diversos sistemas do veículo alteram seu funcionamento para privilegiar o baixo consumo de combustível, como o controle eletrônico da injeção – ETCS (Electronic Throttle Control System) – e o ar-condicionado

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Grande utilitário

O Honda CR-V é outro ícone da marca e não é de hoje. Importado do México, o modelo já vem com tecnologias essenciais para o brasileiro, como o motor bicombustível. O mesmo do Civic na versão 2.0 FlexOne. Andamos na versão EXL, equipada ainda com tração 4×4 e câmbio automático, um verdadeiro SUV top de linha.

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O seu desenho é robusto, apesar do ar esportivo e da essência familiar que carrega. Confortável, traz recursos que garantem segurança e performance, com sistemas mecânicos robustos, como o de suspensão, que é bastante estável e ambas independentes, sendo McPherson na dianteira e Multilink na traseira.

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Internamente, tem um ar sofisticado, e de novo, bastante familiar, com um tamanho avantajado e porta-trecos bem distribuídos. Ótima ergonomia para dirigir, e botão para ligar a ignição do carro. Um único detalhe que pode desabonar os quesitos tecnológicos do carro, que não são poucos, é o freio de estacionamento com acionamento por pedal. Ultrapassado.

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O design do painel é moderno, e o console foi renovado para ficar maior e mais prático, com ar-condicionado dual zone. A central multimídia com tela de 7” multi touchscreen com wi-fi,  oferece todas as facilidades do equipamento, mais uma câmera de alta definição para ajudar nas manobras.

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O motor 2.0 16V SOHC i-VTEC é um destaque a parte, já que também usa o sistema FlexOne, um diferencial na categoria de SUVs. São 155 cv de potência a 6.300 rpm quando abastecido com etanol e torque de 19,5 kgf.m a 4.800 rpm. Rápido e dinâmico, na estrada ele mostra seu maior valor.

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A transmissão automática é de cinco marchas e proporciona trocas suaves, privilegiando o conforto e a boa dirigibilidade, com conversor de torque. A tração 4×4 “Real Time”, corrige automaticamente a falta de aderência nas rodas em terrenos escorregadios e acidentados.

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O sistema FlexOne é mais uma atração do carro, já que dispensa o tanque auxiliar de partida a frio, garantindo a partida rápida e segura, mesmo em baixas temperaturas. Também conta com o botão ECON com função Eco Assist, que ajuda o motorista a economizar combustível e emitir menos poluentes.

A sopa de letrinhas que determinam os recursos tecnológicos de segurança: VSA (Vehicle Stability Assist) – controle de tração/estabilidade, MA-EPS (Motion Adaptive Electric Power Steering) – sistema de direção, HSA (Hill Start Assist), assistente de partida em rampa, etc…

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Um carro com design atraente, moderno, que segue a nova assinatura da Honda, com sua grade tipo colmeia e detalhes cromados, luzes de LE em novo formato. Um modelo que é tanto esportivo quando prático, de bom tamanho para quem quer espaço e sofisticação. Preço? Na versão top de linha a partir de R$ 116 mil, nas versões mais básicas, começa em R$ 98mil. Revisões sempre a cada 10 mil km.

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Ficha técnica motor

Nome                          2.0 16V SOHC i-VTEC

Combustível                Gasolina / Etanol – Flex One

Cilindrada                   1.997 cm³

Diâmetro x curso        81 X 96,9 mm

Cilindros/válvulas       4 válvulas por cilindro

Potência máxima       150 cv (gasolina) / 155 cv (etanol) a 6300 rpm

Torque máximo          19,3 Kgfm (gasolina) a 4700 / 19,5 kgfm (etanol) a 4800 rpm

Taxa de compressão   10,6 : 1

Formação de mistura Injeção eletrônica PGM-FI

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