Acompanhe a troca de óleo do câmbio automático. Oficinas especializadas oferecem o serviço que tem a função de aumentar a durabilidade do sistema, fazendo com que o funcionamento seja perfeito e se evite gastos com reparos indesejáveis
Texto e fotos: Carol Vilanova
A facilidade do câmbio automático já se difundiu bastante aqui no Brasil. Se durante muitos anos, os motoristas preferiam “cambiar”, para sentir o carro na mão, para ter o controle, essa sensação deu lugar ao conforto, e porque não dizer, à segurança.
Receba nossas notícias pelo WhasApp, clique aqui e mande “Oi Oficina”
Com o câmbio automático é assim: liga a ignição, pisa no freio e coloca a marcha no ponto D (Drive) para dirigir. A partir daí, não se mexe mais no câmbio, e esqueça do pé esquerdo, pois não temos um pedal de embreagem. A mesma coisa acontece com os câmbios do tipo CVT. Apesar de terem conteúdos diferentes, a facilidade na direção é a mesma e o cuidado na manutenção também.
Manutenção preventiva, esse é princípio para se ter todo o conjunto do câmbio automático funcionando com perfeição. E claro, o motorista que dirige com consciência vai ter seu equipamento em ordem por mais tempo. Por exemplo, ao conduzir o carro automático não é indicado ficar acelerando com o carro parado, pois aumenta a temperatura do sistema.
Veja câmbio automatizado em caminhões
A substituição do óleo do câmbio automático é um procedimento que certamente vai fazer o sistema durar muito mais e evitar gastos indesejáveis com reparação corretiva. “Um câmbio dura o tempo que dura o motor, contanto que se faça a manutenção correta. Mas o pessoal não tem o hábito de trocar o óleo do câmbio automático, e quando percebe que há um problema já é tarde demais, tem que abrir a caixa e já encontra o câmbio danificado”, explica Paulo Alexandre Fernandes, proprietário do Centro Automotivo Imigrantes, de Santos/SP.
Hora da troca
Fizemos a substituição do lubrificante do câmbio automático num Mitsubishi ASX 2011, que já está com 94 mil km rodados, e vai fazer o procedimento pela primeira vez. “O ideal é que a troca seja feita a cada 50 mil km, ou dois anos de uso. Passar desse prazo pode comprometer os componentes internos, como os discos de fricção, e fazer com que o fluido fique contaminado, o que vai prejudicar todo sistema depois, pois ele perde suas propriedades lubrificantes”, alerta Paulo.
Quando o veículo chega nessa situação, os filtros internos entopem e o lubrificante não circula bem pela transmissão. Na prática, o condutor percebe perda de rendimento, trepidações ao arrancar e nas trocas de marchas.
Paulo explica que presenciou muitos câmbios que “moíam” por falta de troca do lubrificante, com engrenagens gastas. “No meio das engrenagens forma uma sujeira, pois o câmbio está o tempo todo em movimento, então forma umas microesferas que vão entrando no sistema, e podem entupir uma solenoide, por exemplo, ou obstruir uma mangueirinha. Vai juntando sujeira e prejudica a lubrificação do sistema como um todo”, comenta.
Esse tipo de conjunto é conhecido como câmbio molhado porque ele trabalha dentro do óleo. Com o passar do tempo, esse fluido vai ficando velho com o uso e se ninguém substitui, é logico que compromete as peças internas. Por outro lado, quando é feita a troca, traz uma longa vida ao câmbio.
“Os câmbios hoje são muito inteligentes e fica mais difícil notar quando existem problemas, ou seja, o estrago pode ser maior ainda pois o motorista continua rodando. Quando perceber, a avaria já não tem mais jeito e é necessário fazer o câmbio, um serviço que pode custar em torno de 8 mil reais, no caso desse carro, por exemplo. Enquanto a troca vai custar R$800,00.
Acompanhe a troca de óleo do câmbio automático: Substituição com aparelho
Importante lembrar que a troca do lubrificante do câmbio deve ser feita com a ajuda de um equipamento específico, que efetua a drenagem total do sistema e coloca o óleo novo em poucos minutos. Na execução do procedimento, tivemos a ajuda do mecânico Lucas da Cunha Moraes.
Paulo explica que este câmbio comporta em torno de 8 litros, o que varia de carro para carro, assim como suas especificações. Este é um ATF Sintético. A máquina pede que coloque 20% a mais de óleo para fazer a troca.
“Para drenar o lubrificante do câmbio é necessário o uso da máquina, pois quando se abro o bujão, não conseguimos escoar todo fluido, sai em torno de 2 a 3 litros, o restante ficou por entre os componentes. Para remover, somente abrindo ou usando a máquina, que entra no circuito de funcionamento, então, passa pelo trocador de calor, pelo radiador, entra no sistema de refrigeração do óleo e vai identificar o que está saindo e o que está entrando. O equipamento pesa o óleo que está saindo e coloca na mesma quantidade para dentro do câmbio”, esclarece Paulo.
O equipamento funciona fazendo a troca completa e ainda testa a pressão do câmbio, que às vezes está tão ruim que não tem mais jeito, então a máquina automaticamente nem deixa trocar.
1- Antes de começar o procedimento, é importante que o mecânico esteja usando luvas e óculos de proteção. O primeiro passo é desmontar o filtro e o trocador de calor para encaixar as mangueiras da máquina.
2- No momento em que desmontar as peças, aproveite para ver se o filtro precisa ser trocado. Da mesma forma, faça a verificação da junta e dos dois imãs do cárter, que absorvem as fagulhas, metal que vai moendo do câmbio.
3- Coloque o lubrificante novo dentro do reservatório da máquina, nesse carro leva oito litros e colocamos mais 20%.
4- Seleciona a opção trocar e será feita a leitura de quantos litros tem na máquina, quanto vai trocar. No nosso caso, vamos digitar 9,6 litros.
5- Agora é preciso ligar o carro e começamos a ver o óleo passar.
6- Quando chegar aos 40% de troca, o mecânico deve trocar as marchas do carro, com o pé no freio, para abrir as solenoides e trocar o óleo que está na pista da corpo de válvula.
7- Vai trocar até o final, um processo bastante rápido. Em seguida, desligamos o motor do carro.
8- É importante fazer uma checagem através da vareta do óleo do câmbio para ver se está no nível correto.
9- Caso não esteja, liga o carro de novo e insere o meio litro, de ajuste para completar o final. Se está no nível não precisa mexer.
10- Desconecte o sistema, por meio do engate rápido. E pronto, o serviço está feito.
11- Agora, vamos esvaziar a máquina com um balde que tenha medição, para ter um parâmetro de quanto de óleo tinha dentro do carro.
12- Em seguida, deve ser feito o descarte correto deste óleo, armazenando em local adequado até a chegada da empresa homologada e certificada para a coleta.
13- Veja a diferença do óleo novo que foi colocado no câmbio e no velho, removido do sistema.
Vale lembrar que essa máquina também precisa de manutenção: a cada cinco trocas, o filtro externo deve ser substituído e a cada um mês ou dois meses, o filtro interno também.
https://www.oficinanews.com.br/noticias/cambio-automatizado-tera-maior-adesao-em-caminhoes-leves/