Coluna Fernando Calmon dala sobre apostas diferentes para a transição elétrica. Interessante observar as alternativas de cada um dos grandes grupos automobilísticos mundiais em relação às estratégias para a migração dos motores a combustão interna (MCI) para os elétricos. O próprio termo “eletrificado” leva a diferentes interpretações. Por exemplo, a Associação Brasileira do Veículo Elétrico inclui híbridos não plugáveis (como Corolla e outros) entre os elétricos, o que de fato não é, pois o MCI tem papel preponderante. Já híbridos plugáveis permitem alcance em torno de 50 quilômetros em modo puramente elétrico. Esta solução considera-se como de transição e há incertezas sobre quanto tempo vai durar.
As fabricantes se dividem. A GM colocou de lado qualquer esforço em híbridos e anunciou agora um plano, em andamento, ainda mais ousado. Aumentou em 35%, de US$ 20 bilhões para US$ 27 bilhões, o investimento em elétricos e autônomos até 2025. Haverá 30 lançamentos e sua bateria Ultium custaria 60% menos com densidade dobrada para até 720 quilômetros de alcance.
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Quase simultaneamente o Grupo VW anunciou sua estratégia para se transformar numa empresa de mobilidade digital nos próximos cinco anos. De um plano mais amplo, decidiu alocar 35 bilhões de euros em veículos elétricos a bateria. Contudo, reservou outros 11 bilhões de euros para versões híbridas de modelos já existentes. Até 2030 pretende fabricar 20 milhões de elétricos e sete milhões de híbridos plugáveis.
Os grupos Daimler (dono da Mercedes-Benz e Smart) e Geely (fabricante chinesa que controla a Volvo Cars) decidiram juntar forças para desenvolver trens de força altamente eficientes para aplicações híbridas a gasolina. A Daimler afirma que até 2030 mais da metade dos seus automóveis serão elétricos ou híbridos plugáveis, sem estabelecer percentual entre as duas alternativas.
Por outro lado, a China (seguindo o Japão) resolveu ampliar sua aposta em pilha a hidrogênio para carros elétricos, o que implicará construir rede de abastecimento totalmente diferente daquela para recarregar baterias. O dono da Tesla, Elon Musk, chegou ridicularizar a ideia de usar o hidrogênio, que “nunca dará certo”.
Com tantas incertezas envolvendo a transição, ainda há o etanol no Brasil que pode trilhar a terceira via com motores híbridos plugáveis ou pilha a hidrogênio obtido diretamente do combustível vegetal em um posto convencional.
Peugeot Landtrek deve ser produzida no México
Importada inicialmente da China, a primeira picape média da Peugeot foi lançada agora no México, onde já está à venda e, em seguida, em nove países da América Latina. Lá o motor é a gasolina de 2,4 litros, 210 cv, origem Mitsubishi. Tração 4×2 ou 4×4, cabines simples e dupla. Chega ao Brasil, Argentina e Colômbia só em 2022. Com o avanço da Stellantis (fusão PSA-FCA) a produção deverá ser mexicana em fábrica da Chrysler. Para cá, receberá motor a diesel na faixa dos 200 cv.
O porte é o mesmo de Hilux, S10 e Ranger, mas a marca francesa afirma que a cabine dupla oferece o maior volume de caçamba do segmento. Visual ousado destaca a grade vertical e rodas de liga leve de desenho não muito inspirado. O interior apresenta aspecto moderno, tela multimídia de 10 pol. com Android Auto e Apple CarPlay e câmeras de visão 360° em 3D. Volante de diâmetro um pouco menor do que os concorrentes, dentro da filosofia Peugeot. Encosto do banco traseiro é rebatível.
Peugeot começou a fabricar picapes leves em 1938 e vendeu aqui a 504 de cabine simples derivada do automóvel homônimo. Foram rodados dois milhões de quilômetros no desenvolvimento da Landtrek.
ALTA RODA
TOYOTA SW4 2021 para cinco e sete ocupantes segue as mesmas evoluções da picape Hilux quanto à mecânica, mas tem personalidade própria. Destaque para a grade frontal mais discreta, porém imponente. Interior requintado, inclusive com banco elétrico dianteiro até no do passageiro. Pacote de segurança é o mesmo. Preços subiram 6% e vão de R$ 202.390,00 a R$ 314.790,00.
PRORROGAÇÃO dos incentivos fiscais para o Centro-Oeste levou CAOA a anunciar agora que investirá mais R$ 1,5 bilhão na fábrica de Anápolis (GO) até 2025. O plano contempla 10 produtos, entre novos e atualizações, das marcas Hyundai e Chery, além do audacioso projeto de um modelo próprio. Empresa pretende atrair mais fornecedores para a região, quando alcançar produção de 100.000 unidades anuais.
MONROE desenvolve suspensões semiativas, ativas e, em futuro ainda não previsto, as pró-ativas. Os níveis de desenvolvimento e preço final também serão nessa ordem e amortecedores terão grande evolução. Tecnologia de válvulas passivas traz melhora significativa na suspensão, sem a utilização de sistemas eletrônicos ou necessidade de trocar amortecedores para mais conforto.