Oficina da Audi já usa um tour virtual para mostrar o carro ao cliente
De oficina mecânica a centro automotivo. A velocidade da evolução na indústria automobilística é tão rápida quanto a de um carro de Formula 1. E na oficina mecânica não é diferente, e para acompanhá-la você vai precisar investir em conhecimento e tecnologia
Texto Carol Vilanova
Fotos: Divulgação
A cada dia que passa, os veículos estão mais tecnológicos. E já não é de hoje que as oficinas mecânicas têm que se calçar de equipamentos e treinamento para acompanhar o que já está no mercado automotivo e o que vem por aí. A cada exposição, as montadoras apresentam seus conceitos, que muitas vezes se tornam veículos de série, com uma gama de tecnologia embarcada que parece filme de ficção científica.
Seguir as tendências da indústria automobilística se tornou um dever para empresários da reparação e seus colaboradores. E não existe outra maneira de ser bem sucedido nessa empreitada do que investindo em conhecimento e tecnologia dentro da sua oficina, hoje também conhecidas como centros automotivos de reparação. A tão falada atualização chegou para ficar e é bom você ficar atento para não ficar fora do mercado.
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Oficina do passado
Num passado nem tão distante, a oficina e o profissional da reparação viviam sem se preocupar com qualidade e muito menos com preservação do meio ambiente. O bom mecânico era aquele que sabia “ouvi o barulho” para detectar a falha e colocava a mão na graxa, literalmente, para ter o veículo reparado. Vivíamos na era da tentativa e acerto, ou seja, ia aplicando as peças até que o veículo funcionasse.
Como melhorar os resultados na oficina
Não podia negar que o bom profissional precisava ser habilidoso, um verdadeiro amigo do cliente. O bom e velho mecânico tinha na prática seu maior tesouro e na maioria das vezes, aprendia o que sabia com um colega mais velho: olhando, tentando, repetindo e trabalhando no dia a dia. Ele era sim curioso, mas as fontes de informações eram escassas, tirando as concessionárias, que obtinham informações das montadoras, que eram difíceis de chegar até o independente.
Os locais de trabalho eram sujos e sem muita organização: graxa, estopas e materiais espalhados. Não tinha a preocupação com uniformes, com ferramentas ou com atendimento de qualidade. Também, o carro o não era nada tecnológico, um bom jogo de chaves e peças de reposição já davam conta do problema. Não se falava muito em manutenção preventiva, apenas quebrou, consertou.
Agora é centro automotivo
Conforme o carro foi evoluindo, a tecnologia embarcada foi sendo adotada e as coisas tiveram que mudar também no dia a dia do profissional e em seu ambiente de trabalho. Hoje a oficina é mais familiar, frequentada por mulheres, é limpa, organizada, bonita e cheia de equipamentos tecnológicos e computadores. Além disso, assegurar a satisfação do cliente, oferecer um bom atendimento e descartar corretamente os resíduos se tornaram prioridades.
O profissional da reparação teve que seguir essa direção e hoje estuda mais, entende de informática e se apresenta melhor. Sem treinamento e atualização o cliente não volta, e ele sabe disso pois seu concorrente está de olho. Hoje são oferecidos treinamentos e cursos por meio de fabricantes, fornecedoras, até mesmo das montadoras, proporcionando ao mecânico o acesso a informações técnicas especificas, tão importantes para a qualidade do serviço e fidelização do cliente.
Mais um detalhe que se tornou condição prioritária: investir em equipamentos e ferramentas específicas e especializadas, manuais ou eletrônicas, e outros recursos tecnológicos muitas vezes vindos da internet. Essa necessidade veio por conta do veículo que evoluiu e ficou mais high tech. Se o mecânico não consegue efetuar um correto diagnóstico, não conseguirá realizar o reparo, simples assim.
E por aí vem mais
Se hoje o avanço da evolução automotiva está mais rápido que um carro de Formula 1, imagina o eu vem por aí nos próximos anos. Aliás, dá pra se ter uma ideia, com a quantidade de concept-cars levados aos salões pelas fabricantes, são modelos que nem faltam falar… eles já falam. Injeção eletrônica direta, piloto automático, assistente de frenagem, veículos híbridos, sensores de distância, etc.
E a tendência é ter cada vez mais a eletrônica embarcada nos modelos, o que proporcionalmente vai exigir mais conhecimento dos profissionais da reparação. Imagina o prejuízo se um reparo errado for feito num desses modelos de última geração. Logo, a oficina, ou melhor, o centro automotivo, vai ser um ambiente tecnologicamente avançado e limpo como um consultório, para poder lidar com todos esses componentes eletrônicos com segurança.
Aliás, cada vez mais a internet vai levar informações para esses profissionais, por vídeos, manuais eletrônicos, tablets, remotamente, virtualmente, tudo vai acontecer muito rápido, aliás, já está acontecendo. Então, vamos arregaçar as mangas, tirar as mãos da graxa e colocar a tecnologia em primeiro lugar. É fácil reconhecer que o futuro automotivo já chegou!
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.