
Modelo compacto ganha a atenção pelo pacote todo que oferece: design bonito, conjunto mecânico moderno, vasta gama de equipamentos de série e tecnologia de ponta
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Edinho Paiva / Divulgação

Eu sou suspeita para falar do Ford Ka, foi meu primeiro carro 0 Km, no auge dos meus 25 anos. Não tinha direção hidráulica e muito menos ar condicionado, aliás ná época, legal era ter vidros e travas elétricas, e isso tinha. Rodava feliz com meu Ford Ka, aquela bolinha vermelha que nem bonita não era. Se fosse hoje, e o Ford Ka fosse o Novo Ka, todo cheio de “friquetê”, certamente eu seria muito mais feliz.

Um carro compacto que não tem cara de compacto, nem por dentro e nem por fora. Todo conectado, cheio de tecnologia… Assim, a Ford trouxe o Novo Ka para um novo patamar. Não foi apenas remodelado, ou ganhou um face lifting. É outro carro, sem sombras de dúvidas. Não é a toa que abocanhou todos os prêmios do setor automobiliístico do final de 2014.

E oferecido em duas motorizações e duas opções carroceria. Finalmente o Ka sedã chegou para completar a gama, logo temos o hatchback e o Ka+, o sedã, ambos com duas opções de motores: 1.0 e 1.5l.

A marca tem uma missão pretensiosa para a linha do Novo Ka: oferecer o melhor conjunto e o maior valor agregado, disputar a liderança do segmento de compactos hatch 1.0 e atingir o maior volume da história da Ford no segmento de sedãs.

E o momento não poderia ser mais feliz: acaba de ser divulgado que atingiu a marca de 100 mil unidades do modelo em menos de um ano de comercialização, do total, 78.000 são do modelo hatch e 22.000 do sedã.

Todos eles têm o DNA da Ford bastante claros, a frente aerodinâmica, com grade trapezoidal e faróis alongados. A carroceria exibe linhas fortes e vincos marcantes, com harmonia e detalhes que privilegiam a beleza e a eficiência.

Se o design é atraente, mas as qualidades não param por aí, o interior é espaçoso e confortável, além de vir de série com ar-condicionado, direção elétrica, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas com controle remoto, rádio MyConnection Gen.3 com MyFord Dock, airbag duplo, freios ABS com distribuição eletrônica (EBD) e controle de frenagem em curvas (CBC).

Entre os opcionais estão controle eletrônico de estabilidade e tração (AdvanceTrac), assistente de partida em rampas (HLA) e sistema de conectividade SYNC Media System com comando de voz e dois recursos pioneiros no Brasil: a Assistência de Emergência e o sistema AppLink para acesso a aplicativos do celular.
Tecnologia e desempenho
Os motores do novo modelo da Ford, no entanto, roubam a cena na sua evolução de um modo geral. O propulsor 1.0 TiVCT de três cilindros foi projetado com base na família Ecoboost enquanto o 1.5 16V Flex é um legítimo propulsor da linha Sigma, ambos donos de prêmios internacionais e orgulhos da montadora americana.

A opção 1.0 3C Duplo Comando Flex é bem brasileira, desde sempre desenvolvida pro nosso mercado, evem muito bem no ranking de desempenho: gera 85 cv a 6.500 rpm e torque de 10,7 Kgfm a 4.500 quando utilizado com etanol e 80 cv a 6.500 rpm e torque de 10,2 kgfm a 3.500 rpm quando abastecido com gasolina.
Em geral é econômico e bastante ecológico em relação à emissão de poluentes. E anda bem, muito bem para um carro 1.0. É ágil e atinge boa velocidade na estrada, com folego para ir além.
A engenheiria da marca explica que entre os avanços responsáveis por esse rendimento estão o TiVTC, o duplo comando de válvulas variável tanto na admissão como no escape, com quatro válvulas por cilindro.

É compacto e leve, alem de contar com diversas inovações em sua construção, como cabeçote em alumínio e bloco de ferro fundido, que ajuda a atingir mais rápido a temperatura de operação ideal e reduz os ruídos e vibrações. Segundo a marca, o projeto inclui a aplicação de materiais de ultrabaixo atrito no virabrequim, pistões, tuchos e anéis.
Uma grande novidade é a correia dentada imersa em óleo, que além de economizar combustível garante um funcionamento mais suave e silencioso que o sistema de corrente, usado no modelo antigo.
A Ford explica que o item é produzido em composto de borracha resistente a óleo e reforçada por cabos, sendo alojado em um compartimento dentro do motor. Sua manutenção é quase inexistente, dispensa verificação ou troca preventiva pelo período de 10 anos, ou 240.000 km de uso.
O coletor de escape integrado no cabeçote contribui para reduzir vibrações e melhorar a eficiência e o sistema de resfriamento dividido permite o aquecimento mais rápido do motor. A explicação é a seguinte: quando ele está frio, um segundo termostato integrado ao bloco limita o fluxo de refrigerante para algumas partes e depois o libera.

As quatro válvulas por cilindro e o duplo comando independente e variável ajudam no desempenho do torque tanto em baixa rotação quanto em regime intermediário e na faixa de potência máxima. E o resultado disso é um carro bastante ágil e veloz para um 1.0. Outra característica que ajuda nesse ponto é a taxa de compressão elevada, de 12:1.
O 3 cilindros da Ford e equipa do com a tecnologia Easy Start de partida a frio, aquecendo etanol no injetor se necessário, o combustível flex no injetor, conforme a necessidade, dispensando o reservatório auxiliar de gasolina.
Motor Sigma
O motor Sigma também já é conhecido dos usurários da Ford, chegou no Brasil na versão 1.6 para equipar o New Fiesta e agora foi adaptado para 1.5 litros para a linha do Ka. É rápido, basta pisar que ele responde com louvor, mas a economia não é seu ponto forte.

Também tem duplo comando de válvulas e tecnologias avançadas na construção, para isso traz bloco, cabeçote e cárter de alumínio, além de tuchos polidos e cárter estrutural de alumínio. O sistema de partida a frio, que dispensa o uso do tanquinho também é utilizado nesse motor.

Assim, é capaz de entregar potência máxima de 110 cv a 5.500 rpm com etanol e 105 cv a 6.500 rpm com uso de gasolina. Já em relação ao torque, temos os seguintes valores: 146 Nm a 4.250 rpm com etanol 143 Nm a 4.250 rpm quando abastecido com gasolina.
O trem de força é completado, em ambos os modelos, com o câmbio de cinco marchas, que segundo a Ford contribui para eficiência energética do conjunto por conta do escalonamento amplo (“wide ratio”), que proporciona aproveitar mais a curva de torque, garantindo bom desempenho em todas as faixas de rotação.

O conjunto é muito bem encaixado, tanto no motor 1.0 quando no 1.5l e a direção elétrica progressiva é outro ponto que ajuda e muito para a dirigibilidade dos modelos: é muito gostoso dirigir os carros da linha Ka, ainda mais com a combinação da suspensão bem estável e ágil.

Tudo isso com o preço bastante acessível, o modelo hatchback começa em R$35.390 com motor 1.0 e R$40.390 com motor 1.5. E o sedã Novo Ka+ SE inicia em R$37.890 com motor 1.0 e R$42.890 com motor 1.5.

Além disso, a manutenção confere o custo-benefício do modelo, com três anos de garantia e três anos de Ford Assistance, serviço de assistência 24 horas em caso de pane do veículo. Juntamente com a rede de concessionárias, o plano de manutenção foi reduzido para quatro revisões programadas nos períodos de 6 meses; 12 meses ou 10.000 km; 24 meses ou 20.000; e 36 meses ou 30.000 km.

Carolina Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.