Mecânica leve: Funções dos aditivos para o radiador do motor . O principal item que faz o processo de troca de calor do motor é o radiador, onde ocorre a maior dissipação de calor da água para manter a temperatura do motor sob controle quando está em movimento.
Já o aditivo usado no líquido de arrefecimento, que circula no radiador, mantém a temperatura do motor sob controle e ainda faz elevar o ponto de ebulição do líquido e diminuir o ponto de congelamento, preservando assim, o sistema contra corrosão, superaquecimento e temperaturas extremamente frias.
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O corpo técnico da Delphi, que produz o item, reforça a importância do uso de aditivos de radiador para a preservação dos componentes do motor, sendo que é sempre importante verificar a condição do sistema de arrefecimento, antes de enfrentar as estradas.
Pedro Valêncio, técnico de suporte ao cliente da Delphi orienta realizar uma revisão minuciosa, com o reparo e a troca de itens comprometidos, além de utilizar um aditivo de radiador de boa qualidade, são cuidados essenciais para garantir uma viagem tranquila. Ele destaca dicas importantes dicas para motoristas e reparadores sobre o tema:
Riscos durante as viagens
Situações como subida de serra, alta temperatura e congestionamentos podem impactar o funcionamento dos veículos, por causa da pouca entrada de ar pela grade frontal. Mudanças climáticas influenciam na performance, por conta da pressão e da temperatura do ar que entra no motor. O uso de combustíveis adulterados pode prejudicar a eficiência de todo o conjunto e sobreaquecer o propulsor.
“No verão, a temperatura externa é maior e, consequentemente, a troca de calor deve ser feita com a maior eficiência possível. Veículos flex geralmente possuem válvula e bomba d’água gerenciadas eletronicamente, que determinam o grau da temperatura do motor. Em uma situação na qual o combustível esteja contaminado, essa leitura será prejudicada, o que poderá levar a um superaquecimento”, comenta Valêncio.
A importância do Aditivo do Radiador
Os aditivos de radiador desempenham uma função essencial no bom funcionamento e performance dos veículos automotores. Trabalhando em ambientes extremos, sem ferver ou congelar, eles mantêm a temperatura do conjunto motriz dentro dos parâmetros estabelecidos pelo fabricante. Isso se dá por conta de sua mistura, 50% por água desmineralizada e 50% por aditivos, entre eles, está o monoetilenoglicol, ou MEG, que, além de garantir o trabalho em temperatura e pressão adequados, previne e recolhe a sujeira e a fuligem e evita a corrosão e a ferrugem no interior dos componentes, aumentando a vida útil de todo o sistema.
Diferentemente dos fluídos de radiador comuns, os aditivos seguem critérios pré-estabelecidas por lei, de acordo com a norma ABNT, em densidade, volume de espuma, grau de ebulição, grau de congelamento, teor de água e corrosão de alumínio.
Além disso, todos os produtos vendidos sob esta designação devem estar certificados pelo INMETRO. Existem dois tipos de soluções disponíveis no mercado: orgânica e inorgânica. Ambas podem vir em fórmulas diluída ou concentrada.
“Aditivos orgânicos contém substâncias biodegradáveis, enquanto as inorgânicas são compostas por materiais sintéticos. Já a fórmula diluída traz água desmineralizada na composição, enquanto a concentrada exige sua adição na mistura. O que irá determinar a escolha do produto será a categoria, a marca e o modelo do veículo que sofrerá a manutenção”, explica o técnico. Outra característica do produto é seu aspecto colorido, por conta do uso de corantes, adotados para especificar sua aplicação, de acordo com o padrão de cor de cada montadora, e para facilitar a identificação de vazamentos.
Melhores práticas
Embora bastante conhecido, ainda existem muitos mitos e dúvidas em relação ao uso de soluções arrefecedoras. Pedro Valêncio enumera algumas delas e quais os procedimentos adequados para cada uma:
1) É possível completar o nível do aditivo ou devemos substituí-lo?
Segundo o técnico da Delphi, é possível se completar o nível da solução no depósito de expansão. Mas, antes, deve-se checar a procedência do produto e suas especificações, que devem estar de acordo com o fabricante do veículo, incluindo o PH e a qualidade do MEG. No entanto, o profissional alerta que a redução no nível do fluído pode indicar vazamentos, devendo ser investigada, para evitar a ocorrência de maiores problemas.
2) Podemos misturar diferentes marcas de aditivos?
Pode ser feito de forma paliativa, mas não é o ideal. Cada fabricante possui uma composição própria do produto. Químicas diferentes podem gerar reações adversas.
3) Como adicionar água desmineralizada na mistura?
A água desmineralizada está disponível para compra em lojas e distribuidores de autopeças. Cada fabricante tem uma indicação específica para mistura na solução arrefecedora. O consumidor deve se atentar a essas instruções no momento da troca. No entanto, sua diluição requer procedimentos técnicos, que não são de conhecimento geral. Neste caso, o ideal é realizar o procedimento em uma oficina especializada.
4) Quais os riscos de usar água comum?
A água comum afeta as propriedades técnicas da solução arrefecedora, não devendo ser utilizada em nenhuma situação, pois anula os inibidores à corrosão. No entanto, numa situação emergencial, este expediente pode ser adotado, desde que logo em seguida seja feita a substituição completa do líquido por uma solução aditivada adequada. Caso contrário, a contaminação por cloro, sedimentos e outras substâncias poderá danificar completamente o sistema de arrefecimento.
Para concluir, o especialista da Delphi ressalta que essas tarefas devem ser realizadas por profissionais qualificados: “Um reparador devidamente treinado pode realizar os procedimentos com eficiência e qualidade. Ele também está treinado para lidar com situações de risco, já que estes dispositivos trabalham sob altíssimos níveis de temperatura e pressão e não devem ser manuseados por pessoas sem o devido conhecimento técnico”.
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.