Undercar: Junta Homocinética: diagnóstico e manutenção. Acompanhe o procedimento de inspeção e reparo da junta homocinética, fique atento ao usar as ferramentas e os torques de aperto adequados para o trabalho
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Divulgação
Existem componentes de um veículo que por ficarem mais escondidos acabam sendo esquecidos na hora da revisão. A junta homocinética é uma dessas peças, que tem função importantíssima no sistema de transmissão compacta e merece atenção por parte do reparador, que precisa ter o ouvido atento para interpretar a reclamação do cliente.
A junta da homocinética ou junta de velocidade constante faz a ligação entre a flange do diferencial e o cubo de rodas. Sua função é transmitir a força do motor até as rodas, permitindo o movimento mesmo em situação de esterçamento com as rodas viradas e com pneus em níveis diferentes.
É considerada uma peça de segurança, logo, sua troca preventiva é recomendada a cada 40 mil ou 50 mil Km. Isso acontece porque por estar conectada ao semieixo através de um veio estriado, acaba de desgastando conforme o uso e ficando com uma folga entre as esferas e gaiolas, o que reflete diretamente na eficiência na transmissão.
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Alertar o cliente sobre este risco é responsabilidade do mecânico, afinal, deixar que aconteça a quebra pode gerar avarias no sistema de tração, ocasionando a parada do carro e até mesmo um grave acidente.
Do que é formada
Uma junta homocinética é constituída de um veio transmissor, esferas de aço, rolamentos, cúpula e veio transmissor como parte do cubo da roda. Funciona como um rolamento, com uma parte interna e outra externa, separadas por uma “gaiola”, que por sua vez, tem a função de ser sede das esferas do rolamento junto à parte fixa do semi-eixos. Tanto a gaiola quanto a parte fixa do eixo possuem canais ou pistas, por onde as esferas deslizam, fazendo o movimento da parte externa da junta homocinética em vários ângulos.
Por ser um sistema complexo merece também cuidados por parte do motorista na hora da condução, evitando torque demasiado, trancos e arrancadas abruptas. Rodar com excesso de peso e com o carro desalinhado também ajudam no desgaste das juntas. Conscientize seu cliente sobre os perigos dessas práticas e incentive a direção preventiva, além de visitas frequentes à oficina.
Como identificar problemas – Diagnosticar
O próprio motorista pode identificar avarias na homocinética, por isso é importante saber interpretar suas queixas. Um dos primeiros sintomas é a sensação de que o motor está “fraco” ao acelerar. Além disso, com o carro em movimento ou realizando manobras, podem haver barulhos de atrito metálico seguidos de estalos, que definem desgastes na peça. Isto significa que a junta apresenta folga e precisa ser trocada. Recomenda-se a troca de ambos os lados.
Procedimentos de manutenção
Ao suspeitar de avarias na junta, é possível apenas desmontar a peça, retirar as coifas (rebolos), fazer uma limpeza e trocar a graxa, que é a base de bissulfeto de molibdênio e a quantidade de graxa deve ser colocada de acordo com a bisnaga 50% na coifa e 50% na homocinética.
Outra recomendação é avaliar o estado da coifa da junta, que se estiver rasgada ou em más condições, pode acumular lama, poeira e sujeira na homocinética, reduzindo sua vida útil.
Se o problema persistir, deve ser feita a troca do kit de peças da homocinética, utilizando as ferramentas adequadas. Não se esqueça de utilizar equipamentos de segurança, como óculos, luvas e sapatos.
O kit de reparo inclui junta, coifa, abraçadeiras, porca, trava, graxa especial e certificado de garantia. Essa é uma graxa específica que suporta altas temperaturas e esforços mecânico contínuo e é oferecida na quantidade exata.
Com o carro no elevador, faça uma avaliação antes de começar o serviço, verificando itens da suspensão. Depois de terminar, faça outra inspeção, pois se algum componente estiver avariado, todo reparo pode ser comprometido. Tenha em mãos sempre o manual de serviço do seu veículo e siga o recomendado
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.