Liga desportiva chega com proposta alternativa

A F-1600 é uma das categorias que pode ganhar com a nova Liga Desportiva do AUtomobilismo.

 

A Coluna Conversa de Pista é escrita pelo jornalista especializado Wagner Gonzalez
A Coluna Conversa de Pista é escrita pelo jornalista especializado Wagner Gonzalez

Cobrança de muitos desde há muito tempo, o automobilismo paulista ganhou suas primeiras ligas. Uma delas, a Liga Desportiva de Automobilismo, liderada por Ernesto Costa e Silva e Hélio Saraiva-, foi apresentada recentemente em clima de união, euforia e uma boa dose de amadorismo, itens em falta no cenário esportivo de São Paulo, ainda que uma pitada de profissionalismo seja essencial. Afinal, é a base desta atividade custosa quem mais precisa de uma injeção de ânimo e de um desafio capaz de aglutinar os muitos descontentes com o que é oferecido aos autoentusiastas de plantão.

Velocidade na Terra faz sucesso em Santa Catarina (foto velocidadenaterrasc.blogspot.com)
Velocidade na Terra faz sucesso em Santa Catarina (foto velocidadenaterrasc.blogspot.com)

Não é de hoje que se fala na criação de ligas para contornar os problemas criados pela ganância e inabilidade dos poderes constituídos. Ao seu modo, os gaúchos conseguem manter um automobilismo regional saudável,  que gera empregos e boas corridas em várias categorias. Santa Catarina, focada em corridas de terra, segue caminho semelhante e o Paraná, com dois autódromos e meio (a fração fica por conta do fechamento iminente da pista de Curitiba), também resolveram seus problemas. Por sua vez São Paulo e Rio, outrora uma das pontas do eixo nacional do esporte, sucumbem graças ao objetivo comum de dirigentes e promotores em ganhar tudo e dar nada, ou muito pouco, em troca. Diante disto, como crer que possamos receber a bandeirada da competição que deu ao Brasil oito títulos mundiais de F-1, um de protótipos, quatro vitórias em Indy, enfim, um lugar consolidado entre os grandes centros do automobilismo mundial?

São poucos os dirigentes que reúnem conhecimento de causa e o idealismo mínimo para semear facilidades que façam surgir não apenas novos pilotos de qualquer idade, mas, principalmente, chefes de equipe, comissários técnicos e desportivos, cronometristas, jornalistas, mecânicos, organizadores, preparadores, promotores enfim, todas as categorias que formam a estrutura do esporte. A dificuldade de usar o autódromo de Interlagos para sua atividade-fim compara-se a um nervo ciático inflamado, graças à incapacidade do poder público em explorar os 99.000 m² — área ocupada pelo Autódromo Municipal José Carlos Pace — de forma eficiente a ponto de subsidiar o automobilismo de base.

Será a Liga Desportiva do Automobilismo a solução para esse mal? Difícil dizer neste momento, mas não há como negar que se trata de um ato corajoso de Costa e Silva e seu par Saraiva, como bem sabe a Federação de Automobilismo de São Paulo. Ou por qual motivo teriam convidado esse último para ocupar posto importante na chapa — possivelmente a única —, que concorrerá nas próximas eleições? Se a LDA trabalhar com as rodas no chão e uma dose mínima de profissionalismom e Ernesto Costa e Silva e Hélio Saraiva tem capacidade para isso, os passos seguintes vão demorar muito menos tempo para acontecer, e isto será uma vitória importante para resgatar o automobilismo de raiz que tanto faz falta na principal economia do País.

 

Stock em falta

Grid da Stock para 2016 ainda tem 7 vagas (foto stockcar.com.br)
Grid da Stock para 2016 ainda tem 7 vagas (foto stockcar.com.br)

Faltando duas semanas para a primeira etapa do Campeonato Brasileiro de Stock Car, a lista de inscritos para a categoria mais importante do automobilismo nacional ainda tem muitos lugares vagos: das 34 vagas disponíveis pelo menos sete ainda estão sem piloto definido. Quatro desses bancos estão nas equipes Mico’s Racing e Boettger e as outras três na Vogel, RZ e Full Time-ProGP. Um dos principais concorrentes da última temporada, a Mico’s chegou a anunciar um acordo para ter Sérgio Jimenez em suas fileiras, mas o piloto confirmou ontem que vai pilotar um dos carros de Beto Cavaleiro. Veja como está a lista de inscritos atual:

Voxx Racing: Marcos Gomes (atual campeão) e Felipe Fraga

Red Bull Racing: Cacá Bueno e Daniel Serra

Full Time Sports: Allam Khodair e Rubens Barrichello

Eurofarma RC: Max Wilson e Ricardo Maurício

Shell Racing: Átila Abreu e Ricardo Zonta

Ipiranga RCM: Galid Osman e Tiago Camilo

Mico’s Racing: nenhum piloto confirmado

Vogel Motorsport: Denis Navarro

Axalta C2 Team: Gabriel Casagrande e Júlio Campos

RZ Motorsport: Luciano Burti

Boettger Competições: nenhum piloto confirmado

Cavaleiro Racing: Popó Bueno e Sérgio Jimenez

Carlos Alves Competições: Nestor Girolami e Vitor Gens

Hot Car Competições: Felipe Lapenna e Raphael Abate

Full Time ProGP: Felipe Guimarães

 

CBA reage

A Confederação Brasileira de Automobilismo não publicou nada em seu site e, até ontem, a última notícia sobre a categoria Marcas e Pilotos 1.6 publicada nesse veículo de comunicação datava de 18 de setembro de 2015. Mesmo assim, o piloto paranaense Marco Romanini anunciou que “a unificação dos regulamentos de todos os campeonatos (brasileiros da categoria Marcas e Pilotos 1.6)” estaria na iminência de tornar-se realidade. Se isto realmente for concretizado a decisão poderá ser considerada a primeira atitude pró-ativa da atual gestão. No poder desde janeiro de 2009, o atual presidente declarou, segundo Romanini, que “a unificação pretendida pelos pilotos e pelas equipes está entre nossas prioridades”.

 

F-1 despertou

Vettel: pneus romenos e o melhor tempo ontem em Barcelona (foto Ferrari)
Vettel: pneus romenos e o melhor tempo ontem em Barcelona (foto Ferrari)

Terminam hoje (23) os primeiros testes da atual temporada de F-1, em Barcelona, onde 11 pilotos participaram do treino de ontem. Entre as principais novidades dessa agenda, as estreias da equipe Haas – que passou um susto quando a asa dianteira do carro soltou-se da estrutura quando Romain Grosjean se aproximava da curva 1 –  e do mexicano Alfonso Celis como piloto de testes da equipe Force India e a volta da Renault como construtora. Fato interessante foi a Ferrari ter testado um jogo de pneus que a Pirelli produziu em sua planta da Romênia, decisão tática que certamente remete a dois pontos críticos: ter uma alternativa de produção e se resguardar de uma possível deterioração na situação política da Turquia, onde os pneus da F-1 são fabricados atualmente. Outro assunto que está sendo bastante comentado nos boxes de Barcelona são as possíveis mudanças no regulamento técnico para 2017 e 2018. Mais detalhes sobre o resultado dos testes na próxima quinta-feira.

Os resultados de ontem foram estes:

1) Sebastian Vettel, Ferrari SF16-H, 1’24”939, 69 voltas

2) Lewis Hamilton, Mercedes F1 W07 Hybrid, 1’25”409, 156 voltas

3) Daniel Ricciardo, Red Bull Racing-TAG Heuer RB12, 1’26”044, 87 voltas

4) Valtteri Bottas, Williams-Mercedes FW38, 1’26”091, 80 voltas

5) Alfonso Celis, Force India-Mercedes VJM09, 1’26”298, 58 voltas

6) Jenson Button, McLaren-Honda MP4-31, 1’26”735, 84 voltas

7) Carlos Sainz, Toro Rosso-Ferrari STR11, 1’27”180, 55 voltas

8) Marcus Ericcson, Sauber-Ferrari C34, 1’27”555, 88 voltas

9) Pascal Wehrlein, Manor Racing-Mercedes MRT05, 1’28”292, 54 voltas

10) Romain Grosjean, Haas-Ferrari VF-16, 1’28”399, 31 voltas

11) Jolyon Palmer, Renault RS 16, 1’29”356, 37 voltas,

WG

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