Novo Fox Bluemotion: bonito, robusto e econômico
Tudo bem que o visual mudou, mas o grande ponto forte do modelo continua sendo a mecânica bem acertada, principalmente, com os dois motores: 1.6 MSI e 1.0l Bluemotion
Texto: Carol Vilanova
Fotos: Edinho Paiva / Divulgação
O Volkswagen Fox sempre foi um carro bastante justo com relação ao que promete e oferece. Compacto, porém com amplo espaço interno e sua mecânica, bom, aquela Volkswagen que todo mundo conhece. E mesmo com as evoluções que ganhou nos últimos anos, tem coisa que continua igual: a robustez e a agilidade do modelo, que valem a pena e compensam estar atrás do volante.
O Novo Fox então fica além das expectativas, o novo visual, claro que cada vez mais a cara da Volkswagen global, agora ganhou o look do Golf. Os faróis com novo desenho mais moderno e eficaz, e as lanternas traseiras ficaram mais alongadas, justamente como as do Golf. E o desenho quando estão acesas é muito moderno.
Mas se por fora o Fox ficou mais bonito e moderno, por dentro ficou mais ainda. Novos motores e câmbios, novos sistemas de injeção eletrônica, novos componentes e calibrações e tecnologia, muito mais tecnologia.
Os modelos que testamos 1.6 Comfortline e com a Bluemotion apresentam as duas principais mudanças de motores. Ambos usam a sigla MSI, ou seja: Multpoint System Injection, ou seja, sistema de injeção multiponto. O menorzinho, o 1.0 de três cilindros é da família EA211 cheio de inovações. E o 1.6 MSI 8V também tem os seus méritos, mas podemos afirmar que os dois são cheios de força e economia.
Três cilindros
Vamos falar sobre o meu modelo particularmente preferido, o Bluemotion. Seu motor 1.0 de três cilindros, vencedor de vários prêmios, entre eles o Premio Abiauto na sua categoria no ano passado.
O Fox com o motor de três cilindros é um verdadeiro furacão, sendo ao mesmo tempo econômico e ágil, com louvor. É um festival de inovação. A começar pela injeção eletrônica com sistema de partida a frio, que dispensa o uso do tanque auxiliar para gasolina. O combustível é aquecido em câmaras ao lado das válvulas injetoras e opera com temperatura ambiente abaixo de 17,5°C.
Já o sistema de ignição conta com uma bobina por cilindro, eliminando os cabos de velas e as perdas elétricas, o que colabora para maior eficiência na combustão. Para manter a temperatura ideal do propulsor a posição da vela de ignição foi mudada, agora é instalada entre as válvulas de admissão e de escape. O coletor de escape que é integrado em uma única peça tem refrigeração líquida.
Segundo a marca, a arquitetura de três cilindros, além de usar menos componentes, também contribui para a redução de perda de calor, proporcionando mais eficiência térmica. O coletor de admissão é feito de material polimérico de baixa rugosidade, garantindo fluxo de ar com baixa restrição. O circuito de arrefecimento conta com duas válvulas termostáticas, que podem gerar temperaturas diferentes para o bloco e para o cabeçote, tornando o óleo mais fluido e diminuindo o risco de atrito. Neste caso, a temperatura do cabeçote é menor, conferindo mais economia e desempenho ao veículo.
A Volkswagen explica que o líquido de arrefecimento leva menos tempo para ser aquecido durante a fase fria do motor, porque recebe o calor dos gases de escape. Em circunstâncias de alto regime de utilização, ocorre um controle da temperatura dos gases de escape na entrada do catalisador, permitindo que se opere mais tempo com a mistura ar-combustível estequiométrica ideal para o motor.
Em relação aos componentes, o virabrequim ficou mais leve com menos contrapesos e mancais com diâmetro reduzido, assim como as bielas com menor seção transversal e que, segundo pesquisa da marca, está 20% mais leve que seu antecessor.
Outra novidade são as polias de acionamento dos eixos de comando de válvulas com desenho trioval, proporcionando mais estabilidade na correia dentada e de sua flutuação angular, minimizando atrito e vibração e aumentando a durabilidade do sistema.
O cabeçote é feito de alumínio, reduzindo em 24 kg o seu peso, em relação a um modelo de quatro cilindros, por exemplo. São quatro válvulas por cilindro, sendo duas para admissão e duas para escape, com comando de admissão variável contínua, atribuindo mais economia de combustível, melhores níveis de emissão e melhor resposta em situações de baixo regime de rotação.
Dessa maneira, o modelo consegue gerar 82 cv a 6250 rpm, quando abastecido com etanol, e 75 cv a 6250 rpm, com uso exclusivo da gasolina. O torque máximo é de 10,4 kgfm com etanol e de 9,7 kgfm com gasolina, ambos a 3000 rpm. É um carro bastante veloz que anda muito bem na estrada e prático e versátil para o uso em cidades, resumindo: vale a pena ter um, pois é compacto, ágil e muito mais muito econômico.
Motor 1.6 MSI
A versão Comfortline traz o propulsor 1.6 MSI, que segundo a VW, teve redução de atrito, com seus quatro cilindros em linha e duas válvulas por cilindro. A marca explica que as válvulas de admissão e de escapamento trabalham em perfeita sintonia com as molas das válvulas, que por sua vez tem carga ajustada tanto para baixos quanto altos regimes de rotação do motor.
Entre as mudanças, estão os retentores das válvulas, do eixo comando e da flange do virabrequim que contribuem para a redução de atrito, além de manter a vedação à passagem de óleo. A Volkswagen explica ainda que justamente esta redução de atrito proporciona a economia de combustível, que é nítida no modelo, sempre sem perder seu ótimo folego, principalmente na estrada.
E tem mais…
Ambos os modelos testados são acionados pelo câmbio manual de cinco marchas (MQ200-5F), que mantem as trocas de maneira muito suave e lisa. No Fox BlueMotion as relações foram alongadas em até 10% comparados com o motor 1.0l normal.
Todas as versões do Fox são equipadas com a nova direção com assistência eletro-hidráulica, macia e com ótimo esterçamento, também ajuda na redução do consumo energético do modelo, segundo a VW.
Outros itens de série são: airbags frontais e freios ABS (Antilock Brake System, ou Sistema Antitravamento dos freios) com EBD (Electronic Braking Distribution, ou Distribuição Eletrônica de Frenagem). Conta também com o sistema ESS (Emergency Stop Signal ou Sinal de Frenagem de Emergência) como equipamento de série.
Para reforçar o conceito econômico, no painel de instrumentos, o indicador digital mostra a troca de marchas e as mensagens do sistema ECO Comfort, que orienta o motorista a dirigir de forma mais econômica, por meio de mensagens no painel. Esses são apenas algumas das características desse modelo, que é divertido de dirigir em qualquer versão, isso não tem dúvidas.
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.