Undercar: Troca das pastilhas do Honda Civic. Confira o diagnóstico de procedimento para substituição das pastilhas e discos de freios dianteiros do sedã da Honda, que demanda ainda a avaliação de todos os componentes do conjunto
Texto e fotos: Carol Vilanova
Com o sistema de freios de um carro não se brinca. Pela sua importância, fazer a manutenção preventiva do conjunto é essencial, não só porque evita que possíveis defeitos fiquem mais graves, mas porque pode salvar vidas.
Apesar de ter ganhado muitos recursos tecnológicos nos últimos anos, os freios continuam dando os primeiros sinais do seu desgaste para o motorista. Portanto, você, mecânico, deve sempre orientá-lo neste sentido: vibração, ruídos, pedal baixo, perda da eficiência na frenagem. Sempre que há alguma dessas anomalias, o carro deve ser verificado.
Fizemos com a ajuda da Nakata Automotiva a troca preventiva dos componentes dos freios dianteiros do Honda Civic ano 2013. O modelo está com 80 mil km e já teve as pastilhas trocadas uma vez. Aqui, faremos a troca das pastilhas, discos e checagem geral do sistema.
Eduardo Guimarães, técnico da marca, explica que essa troca não é um procedimento complicado, mas requer atenção para as peculiaridades da engenharia do modelo, “além disso a durabilidade das peças é grande se o motorista tem cuidado no uso”, diz. Eduardo afirma que a manutenção preventiva é recomendada a cada 1 ano ou 10 mil, o que incluir a troca do fluido de freio.
“É muito importante sempre observar as condições do freio traseiro, para não sobrecarregar o dianteiro. Outro ponto é que às vezes, o pessoal abusa na aceleração e sobrecarrega o sistema de freio”, afirma.
Na troca preventiva, deve-se verificar todo o sistema e fazer a troca do fluido, além de certificar-se de que o cubo de roda não está empanado. Faça a observação também nos flexíveis do freio, no reparo das pinças, estado do cilindro mestres e do servofreio.
Eduardo explica que a troca da pastilha depende da utilização do veículo, em média, a cada 10 mil km, deve-se fazer a verificação, através da espessura da pastilha, do desgaste do disco e daqueles sintomas identificados ao rodar com o carro.
Existem pastilhas que contam com um indicador sonoro de desgaste, que faz um barulho por meio de um sistema mecânico, que é o caso deste nosso Civic.
Antes de começar o procedimento, vamos verificar o estado do fluido de freios com o auxílio de uma caneta de teste específica. Meça o percentual de água, se tiver acima de 1%, o fluido deve ser trocado.
Undercar: Troca das pastilhas do Honda Civic – Troca das pastilhas
1) Com o carro no elevador, retire a roda do carro.
2) Antes de começar, faça a medição do empenamento do disco também com o relógio comparador e a base magnética. Posicione a base no amortecedor e a ponta do relógio no centro do disco, dê uma volta de 360º no disco e meça o empenamento. Acima de 0,10 mm, o disco tem que ser trocado.
3) Solte a pinça de freio com ajuda da chave 14mm. São dois parafusos. Esses pontos não necessitam de torquímetro.
4) As pastilhas saem sem esforço do mecânico, tome cuidado para que não caiam ou que causem algum acidente.
5) Agora é o momento de fazer a verificação dos flexíveis.
6) Vamos remover o disco para fazer a verificação. Solte o parafuso dos dois pontos de fixação do cavalete com a chave Phillips.
Obs.: Para não danificar o flexível, prenda o cavalete com um gancho de sustentação no amortecedor.
7) Faça a remoção do disco de freio.
Undercar: Troca das pastilhas do Honda Civic – Análise das peças
1) Em primeiro lugar, podemos observar que as pastilhas precisavam mesmo ser trocadas, pois apresentam desgaste na massa de atrito.
2) Além disso, também está indicando sinal de trincas, o que é perigoso e pode prejudicar o seu funcionamento.
3) Agora, vamos medir a espessura do disco, com a peça na bancada. Apenas por ilustração medimos também a espessura do disco novo, que é de 21,40mm.
4) O disco que foi removido do carro tinha menos de 20mm de espessura, que é o limite e deve ser trocado.
5) Nossa próxima análise será se existe empenamento do cubo de roda.
6) Para isso, use um relógio comparador, colocando a base no amortecedor e a ponta do relógio no centro do cubo. Dê uma volta de 360º.
7) O empeno máximo é de 0,04 mm. Nosso caso, não será necessário fazer a troca da peça.
Instalação do disco e pastilhas
1) O primeiro passo para a colocação das peças é fazer a limpeza do cubo com uma lixa e depois um pano.
Isso é para remover o excesso de ferrugem antes de colocar o disco. A ferrugem pode prejudicar o assentamento do disco. Dessa maneira, o disco encaixa por igual.
2) Outro passo essencial é lavar o disco novo, para retirar todo o óleo protetivo que vem na peça, antes de encaixar no cubo.
3) Depois, vamos apertar os dois parafusos com a chave Philips. Esses pontos não necessitam de torque.
4) A colocação das pastilhas demanda muita atenção. Primeiro, faça o recuo do êmbolo da pinça, soltando o parafuso da sangria.
5) Encaixe o cavalete e aperte os dois parafusos. O torque é de 50 a 60 Nm. Fique atento no detalhe para encaixar a pastilha.
6) Faça em seguida, a colocação das pastilhas no cavalete. Coloque o alarme sonoro direcionado para o lado do êmbolo. Atenção para que o encaixe, que tem que ser perfeito.
7) Atenção na presilha que elimina ruídos, que deve ser colocada nos buraquinhos corretos.
8) O último passo é encaixar a pinça e apertar os parafusos, com torque de 30 Nm.
Neste caso, os freios traseiros estão em ordem. Vamos apenas verificar para nós certificar de que está tudo ok.
Sangrar o burrinho
Para finalizar o procedimento de troca de pastilhas, o mecânico deve realizar a sangria do sistema, que informalmente os mecânicos chamam de sangrar o burrinho. Isto serve para eliminar o ar do sistema e evitar que o freio fique “borrachudo”.
Neste caso, usamos um equipamento denominado Sangrador do sistema de freio. Esse processo é feito para colocar o novo fluido no sistema e drenar o usado. Coloque o fluido novo reservatório da máquina, retire a tampa do cilindro mestre e encaixe a tampa do aparelho.
Vai acontecer uma pressão em todo o sistema, drenando o fluido velho e colocando o novo, ao mesmo tempo em que elimina o ar do sistema. Dispensar esse passo pode danificar o cilindro mestre.
Se o processo for feito manualmente, deve sempre ser começar da roda mais distante até mais perto do cilindro mestre.
Mais informações: nakata.com.br
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.