A diferença e os benefícios de usar o Diesel S10 no seu veículo vão além da melhor combustão do motor, visam a redução da emissão de poluentes na atmosfera e, claro, a economia do consumo de diesel
Texto: Carolina Vilanova | Fotos: Divulgação
Petróleo, o ouro negro, vilão do meio ambiente e parte integrante dele. Todos os dias, milhares de veículos rodam pelas ruas da cidade, esbanjando uma quantidade grande desse ingrediente misturado em combustível: diesel, gasolina, etanol e GNV. Esses veículos emitem muitas toxicinas na atmosfera, colocando a saúde da população e do meio ambiente em jogo.
O óleo diesel é o produto derivado de petróleo de maior consumo no Brasil, e é também a energia que faz um motor de ciclo diesel funcionar, por meio da combustão interna conseguida com alta taxa de compressão.
Ultimamente, com o conceito do ecologicamente correto, corretamente, as fabricantes de veículos, motores e combustíveis vêm se mobilizando e se completando cada vez mais em busca de soluções para a redução de emissão de poluentes causada pelo diesel.
Uma delas, que atinge diretamente o bolso do transportador, é a formulação do óleo diesel, necessária para se ajustar a legislação de emissões, hoje estabelecida na Euro V (Proconve Fase 7). Com preços diferentes, temos disponíveis os tipos S-500 e S-10, ambos nas versões aditivado e comum. O Diesel S10 passou a ser vendido em 1° de janeiro de 2013, em substituição ao antigo diesel S-50. Petrobras, Shell e Ipiranga distribuem o produto nas redes de postos espalhadas pelo Brasil.
Vale quanto pesa?
O preço do combustível influencia tanto na vida de um transportador autônomo quanto na de uma empresa com frota, principalmente, se for um pouco mais caro, como é o caso do S-10. Então, para valer a pena, tem que ser realmente um produto que ofereça benefícios.
Segundo o engenheiro Antônio Alexandre Correia, consultor sênior da Gerência de Produtos e Fidelização da Rede de Postos da Petrobras Distribuidora,as diferenças básicas entre o Diesel S-10 e o Diesel S-500 são as seguintes:
1.a) O teor de enxofre. São 10 ppm (partes por milhão) no Diesel S-10 e 500 ppm no Diesel S-500;
2.b) O número de cetano. O Diesel S-10 tem número de cetano de 48, contra 42 do Diesel S-500. O número de cetano mede a qualidade da combustão do diesel. Quanto maior, melhor a combustão.
Ana Paula Caldas, gerente de produtos de combustíveis da Raízen, que oferece o Shell Evolux Diesel, explica ainda que a massa específica também sofreu alteração, passando a impor limites mais restritivos ao diesel S-10 (máximo de 850 kg/m³) comparativamente ao diesel S-500 (máximo de 865 kg/m³).
Benefícios do S10
» Economia de até 3% no consumo de combustível
» Prevenção da corrosão e proteção do motor
» Redução de gastos com manutenção
» Melhor separação da água e do combustível
» Redução do efeito espuma, que torna o abastecimento mais rápido e ágil
» Redução de emissão de CO2 e fumaça preta
Aplicação
Em suma, o diesel S10 possui menor teor de enxofre, o que contribui para uma queima mais limpa, ou seja, menor emissão de gases nocivos ao meio ambiente. Os especialistas recomendam o seu uso, afinal, gastar um pouco mais no abastecimento pode ser mais barato e menos dolorido no futuro.
Miguel Lacerda, diretor de Lubrificantes da Ipiranga, observa que utilização do diesel S10 é recomendada para veículos que atendam ao PROCONVE P7, a fim de evitar danos aos sistemas de pós-tratamento (SCR e EGR) destes veículos. “Adicionalmente, por possuir número de cetano superior ao diesel S500, pode proporcionar uma melhor qualidade de ignição”, diz.
Na prática, o Diesel S-10 pode ser utilizado em qualquer veículo diesel, independente do ano de fabricação ou tecnologia de motor utilizada. Inclusive, se for usado em veículos mais antigos, com motores nem tão modernos, pode trazer benefícios. “As vantagens seriam uma pequena melhora no desempenho e uma menor emissão de fumaça na partida a frio”, diz o engenheiro da Petrobras.
Segundo Ana Paula, da mesma forma que se espera melhorias gerais no desempenho dos veículos em função dos avanços incorporados nos motores, se espera o mesmo dos avanços incorporados ao combustível. O diesel S-10 traz uma série de mudanças relevantes em sua especificação, o que proporciona aos motores melhor ignição e redução na carbonização e depósitos.
Por outro lado, se um desses motores mais modernos equipados com o sistema EGR ou SCR utilizar o diesel S-500, o maior teor de enxofre pode atacar componentes dos motores e causar danos aos catalisadores dos motores, segundo Antônio.
A gerente da Raizen explica que utilização do S-500 nestas condições causará entupimento precoce dos filtros, aumento da formação de depósitos e carbonização do motor, gerando falha no sistema e até interrupção do funcionamento do motor. Além disso a não-utilização do combustível correto, neste caso o de baixo teor de enxofre, acarretará no aumento das emissões dos gases de escape acima dos limites regulamentados pela legislação, o que implica em crime ambiental.
Conclusão, se você pode ter um produto que não faz mal nem ao seu veículo e nem ao meio ambiente, por que não usar? Lembre-se de que a economia vem mais a longo prazo, mas é certa. Fica a critério do proprietário do veículo ou da frota, cuidar bem ou não do seu patrimônio.
O meio ambiente agradece: menos enxofre mais ar puro
A gerente da Raizen conta que o diesel S-10 proporciona menores níveis de emissões de óxidos de enxofre (SO2 e SO3). Alguns destes compostos eliminados através dos gases de exaustão são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Exemplo disso ocorre com o SO3 que, quando em contato com água presente no ar, reage gerando ácido sulfúrico. Este ácido, agora em suspensão, pode retornar à superfície terrestre através da chuva, fenômeno este conhecido como “chuva ácida”. A massa específica (densidade) mais baixa do S-10 também lhe proporciona redução nas emissões de hidrocarbonetos (HC) e material particulado (MP), o que também favorece bastante o meio ambiente.
Carol Vilanova, editora da Revista e Portal Oficina News, é jornalista (Mtb 26.048) e trabalha desde de 1996 na imprensa editorial automotiva. Em 2003 iniciou sua participação no mercado da reparação e reposição automotiva, inclusive como editora da Revista o Mecânico por 12 anos. No ano de 2014, idealizou o Portal Oficina News, que em 2016 teve sua versão impressa publicada, a Revista Oficina News, sob a chancela da Editora Ita & Caiana. Sob sua responsabilidade editorial, publica também a Revista Frete Urbano.