Coluna Mecânica Online: Volkswagen e Ferrari em risco? Proibição de motores a combustão ameaça gigantes da indústria
A decisão da União Europeia de banir veículos a combustão enfrenta oposição crescente, com preocupações sobre impactos econômicos e viabilidade do setor.
A proibição de veículos novos a combustão na União Europeia, programada para 2035, está sendo duramente contestada pela Itália e por executivos da indústria automotiva, que alertam para os graves impactos econômicos e sociais da medida. Alternativas, como combustíveis sintéticos e veículos híbridos, ganham força como soluções viáveis.
A União Europeia determinou que, a partir de 2035, novos veículos com motores a combustão não poderão mais ser vendidos em seu território, uma decisão que gerou controvérsia desde o seu anúncio. A Itália, em especial, tem sido uma das vozes mais críticas. O ministro da Energia, Gilberto Pichetto Fratin, classificou a medida como “absurda” e fez um apelo por sua revisão urgente, argumentando que a proibição pode provocar um colapso na indústria automotiva europeia.
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Os dados de vendas do mercado automotivo reforçam as preocupações de Fratin. Em julho de 2024, foram emplacados apenas 1,03 milhões de veículos na Europa, um crescimento marginal de apenas 0,4%, o que indica um setor em dificuldades. O CEO do Grupo Volkswagen, Oliver Blume, expressou preocupação com a crescente concorrência de fabricantes asiáticos, que estão pressionando as montadoras europeias. A dificuldade de competir no novo cenário econômico pode resultar em cortes profundos, incluindo o fechamento de fábricas na Alemanha, algo que seria inédito na história da Volkswagen, e a necessidade de cortar até 10 bilhões de euros em custos.
Além das grandes montadoras, outros setores importantes estão em risco. Fornecedores de peças, combustíveis e até empregos especializados seriam profundamente impactados pela transição para veículos elétricos. Empresas como Ferrari e Lamborghini, que estão apenas começando a adotar modelos híbridos, ainda dependem dos motores a combustão para manter seu desempenho esportivo e apelo exclusivo, o que adiciona mais complexidade ao cenário.
Frente a esses desafios, duas alternativas surgem como soluções potenciais. Combustíveis sintéticos, que mantêm a infraestrutura existente dos motores a combustão, mas com menor impacto ambiental, são defendidos principalmente pela Itália. Já os veículos híbridos, que combinam motores elétricos e a combustão, oferecem uma transição mais suave, permitindo que as montadoras europeias se adaptem às novas exigências sem perder competitividade.
Essas opções não apenas ajudariam a atingir as metas de descarbonização, como também preservariam a estrutura industrial da Europa, que é responsável por milhões de empregos e desempenha um papel vital em sua economia. A discussão sobre como equilibrar sustentabilidade e economia na transição para veículos elétricos está longe de ser resolvida, e a resposta pode determinar o futuro de todo o setor automotivo europeu.
TAGS: indústria automotiva, combustíveis sintéticos, veículos híbridos, motores a combustão, crise econômica
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